quinta-feira, 16 de abril de 2015

Correr com orientação

Começar a correr. É uma tarefa "fácil". Realizar continuamente um movimento natural e humano.

Correr é simples e ao mesmo tempo complexo. Mas se tivermos um plano a seguir, tudo fica mais fácil e mais claro para entender.

No início geralmente não temos muitos parâmetros e com o que comparar. Ficamos perdidos sobre o que fazer em cada dia. Mas temos vontade de correr sem parar, sem sentir aquele cansaço, aquela respiração ofegante o tempo todo.

Mesmo um iniciante necessita de um objetivo, em algo para focar e ver sua evolução. Mas para que isso aconteça é necessário um planejamento, uma organização das sessões de treino, e monitorar o equilíbrio entre o estímulo e a recuperação.

Na musculação, você tem um plano a seguir, e porque na corrida seria diferente?

Correr com planejamento é correr pensando em um todo. Os treinos não são isolados. São distribuídos na planilha para que ocorra a alternância das cargas, extremamente importante para uma evolução. A carga de treinamento é o fator que irá definir o quanto intensa será cada sessão. A carga é importante para o controle da periodização em todas modalidades esportivas e a capacidade de monitorá-la é um importante aspecto para o sucesso da periodização e prevenção de efeitos negativos.

Existe um método simples e acessível para calcular a carga de treinamento, proposto por Carl Foster e colaboradores (1996; 2001), com intuito de quantificá-la. Utilizo deste método para controlar a carga de meus alunos, e isso tem me ajudado bastante para quantificar a intensidade das sessões e fornecer a recuperação suficiente entre os estímulos.

No exemplo dos gráficos abaixo temos duas semanas de treino, dos períodos base (em azul), específico (em verde) e competitivo (em vermelho) das oito semanas de um corredor amador em preparação a uma corrida de fundo com a distância de uma meia maratona. 

Seus treinos foram distribuídos em uma frequência semanal de 3 vezes sempre em dias alternados. Nota-se que no período de base (em azul) as cargas sofrem uma variação decorrente do aumento do volume, sendo o pico maior na 5ª e última semana deste período. 

No período específico (em verde) a maior carga é aplicada na primeira semana decorrente do aumento da intensidade e redução do volume. Na última semana deste período a carga é menor para uma melhor recuperação para a prova. 

Na semana do período competitivo (em vermelho), aplicaram-se apenas cargas de manutenção, mais baixas do que em todas as sessões, compensando e deixando o atleta descansado e recuperado para a carga mais alta no dia da competição.





Cada período de treinamento necessita de ajustes em diversos parâmetros, como o a distância percorrida, a velocidade, os métodos de treino, a recuperação entre eles, e tudo isso sempre de acordo com cada corredor e a meta a ser alcançada.

Sim, a meta precisa ser definida. E juntamente com ela é necessário saber o estado atual da pessoa, o que ela já faz, o que pretende fazer, a sua disponibilidade para treinar e como é a sua rotina. Para nós, corredores amadores, aliar a rotina diária com os treinamentos é essencial. Sem esta organização não é possível seguir em frente com o planejamento. 
Sabemos que imprevistos acontecem, mas se eles acontecem com pessoas que seguem um planejamento corretamente, as pequenas perdas não ocasionarão um prejuízo tão grande na evolução.

Atualmente acompanho corredores que seguem a minha prescrição de treinamento, através das planilhas individualizadas e acompanhamento semanal dos resultados dos treinos. A evolução deles é muito clara, eram pessoas que corriam, mas sem um plano a seguir, faziam sessões de treinos aleatórias. E agora com suas metas definidas, cumprem a rotina de treinos de forma exemplar.

Por isso, se quer buscar um resultado, tenha um parâmetro e um profissional para te auxiliar e orientar em busca de melhorar o seu desempenho físico, seja um amador ou profissional. 






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